Acessibilidade / Reportar erro

Qual a importância da videohisteroscopia diagnóstica no climatério?

À BEIRA DO LEITO

GINECOLOGIA

Qual a importância da videohisteroscopia diagnóstica no climatério?

Thomas Moscovitz

D.M.S, 56 anos, casada, do lar, branca, natural de São Paulo, veio à consulta para acompanhamento anual ginecológico. Menopausada há quatro anos e sem sintomas climatéricos. Nunca fez terapia de reposição hormonal. Operada há três anos de câncer de mama (Quadrantectomia com linfadenectomia esquerda) e atualmente está em uso de tamoxifeno. Os exames físico e ginecológico mostraram-se normais. Foram solicitados exames de rotina para climatério: hemograma, colesterol total e frações, triglicérides, glicemia jejum, TSH, citologia oncótica, mamografia, densitometria óssea e ultra-sonografia endovaginal.

A paciente retornou após duas semanas com os exames solicitados, sendo que apenas o ultra-som endovaginal apresentava-se alterado, ou seja, a espessura do eco endometrial era de 10mm (Figura 1). Ministrou-se progestógeno durante cinco dias e a paciente não exibiu sangramento por privação. Foi solicitada, então, uma videohisteroscopia diagnóstica que mostrou apenas um pólipo endometrial fibro-glandular e endométrio atrófico (Figura 2). A paciente foi submetida, então, a uma polipectomia videohisteroscópica com ressectoscópio.



Endométrio superior a 5 mm deve ser sempre investigado, principalmente se não sangrar após o uso de progestógeno1. No caso presente, a investigação tornou-se ainda mais imperiosa, pois o tamoxifeno responsabiliza-se por hiperplasias atípicas do endométrio, que podem evoluir para câncer endometrial. As neoplasias malignas devem ser prevenidas, principalmente por meio de programas que visem à detecção precoce de lesões precursoras. Neste caso, outra constatação interessante foi o achado histeroscópio de atrofia endometrial em paciente cujo ultra-som revelava hiperplasia. O espessamento endometrial detectado na ultra-sonografia transvaginal é achado freqüente em exames de rotina na investigação da cavidade uterina e como menos de 10% desses espessamentos se relacionam ao câncer de endométrio, fica clara a necessidade de um método de triagem que seja pouco invasivo, de fácil acesso, baixo custo e boa sensibilidade2,3.

Daí a inclusão da histeroscopia em associação à ultra-sonografia transvaginal na avaliação da cavidade uterina em mulheres após a menopausa.

Referências

1.Cronje HS. Diagnostic hysteroscopy after posmenopausal uterine bleeding. S Afr Med J 1984; 20:773.

2.Dexeus S, Labastida R, Galera L. Oncological indications os hysteroscopy. Eur J Gynaecol Oncol 1982; 2:61.

3.Mencaglia L, Perino A: Hysteroscopy in perimenopausal and posmenopausal woman with abnormal uterine bleeding. J Reprod Med 1987; 322:577.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jul 2004
  • Data do Fascículo
    Abr 2004
Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br