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Fio guia de segurança é necessário na ureteroscopia?

Resumo

Introdução:

O uso de fio guia de segurança (FGS) costuma ser recomendado para a realização de ureteroscopia para prevenir e solucionar complicações durante o procedimento. Seu uso, porém, aumenta a força necessária para manipular o aparelho endoscópico dentro da luz ureteral e, atualmente, existe uma carência de dados consistentes que indiquem o uso do FGS em todos os procedimentos.

Método:

Uma revisão da literatura foi realizada em abril de 2017 utilizando as ferramentas PubMed, Ovid e The Cochrane Library para identificar estudos relevantes. O desfecho primário da análise foi reportar taxas de resolução dos cálculos, viabilidade, contraindicações e complicações relacionadas ao não uso do FGS.

Resultados:

Seis estudos foram incluídos na análise, totalizando 1.886 pacientes, nos quais foi realizada ureteroscopia semirrígida ou flexível sem o uso do FGS no tratamento de cálculos renais ou ureterais. Somente um estudo relatou taxa livre de cálculos com ou sem FGS, sendo 77,1 e 85,9%, respectivamente (p=0.001). Todos os estudos mostraram não haver aumento da taxa de complicação na ausência do FGS e um deles relatou aumento de estenose ureteral pós-endoscopia no grupo que utilizou o FGS. Todos os estudos recomendam o uso do FGS em casos complicados, como cálculos ureterais associados a edema de mucosa, estenose ureteral, anomalias anatômicas ou dificuldade de visualização do cálculo.

Conclusão:

Nossa revisão mostrou que faltam dados relevantes para justificar o uso do FGS durante a ureteroscopia.

Palavras-chave:
fio guia; ureteroscopia; cirurgia intrarrenal retrógrada; metanálise; litíase renal; cálculos ureterais

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