RESUMO
Em pacientes com fibrilação atrial, a anticoagulação padrão com antagonista da vitamina K mais terapia antiplaquetária dupla (DAPT) com inibidor de P2Y12 e aspirina é o padrão de tratamento após intervenção coronária percutânea (ICP). Enquanto essa terapia reduz o risco de trombose e derrame, aumenta o risco de sangramento. Não está claro se o efeito antiplaquetário da aspirina e do clopidogrel pode piorar a fibrilação atrial (FA).
OBJETIVO
Analisar a resistência à aspirina plaquetária (AR) e ao clopidogrel (CR) em pacientes coronarianos agudos (SCA) com base no ritmo sinusal (SR) e na FA.
MÉTODOS
Neste estudo prospectivo, foram incluídos 543 pacientes (idade média: 62±12 anos; intervalo: 26-89 anos) em uso de aspirina e clopidogrel após o diagnóstico de síndrome coronariana aguda. AR e CR foram analisados por um dispositivo Multiplate® MP-0120, utilizando o método de agregometria de sangue total.
RESULTADOS
Os pacientes com FA apresentaram valores significativamente maiores para idade, volume médio de plaquetas e proteína C reativa de alta sensibilidade (p<0,01 para cada parâmetro). Da mesma forma, a agregação induzida por ácido araquidônico (Aspi) foi maior nos pacientes com FA em comparação com os pacientes com SR (666±218 vs. 187±179, p<0,001). Entre os pacientes com SCA, significativamente mais pacientes do sexo feminino apresentaram FA (p<0,001). A incidência de hipertensão no grupo FA foi maior em comparação com o grupo SR (p<0,001). No entanto, os níveis de difosfato de adenosina não foram expressivamente significativos nos dois grupos.
CONCLUSÃO
Nossos achados indicam que o efeito inibitório plaquetário da aspirina foi pior em pacientes com FA, sugerindo que a eficácia da aspirina pode ser menor na profilaxia do tromboembolismo, com maior risco de sangramento.
Aspirina; Clopidogrel; Resistência a medicamentos; Síndrome coronariana aguda; Fibrilação atrial