RESUMO
INTRODUÇÃO
No infarto agudo do miocárdio (IAM), cada incremento de 18 mg/dl (1 mmol/L) se associa a um aumento de 3% na mortalidade. As estratégias de redução da glicemia tentadas até o momento, entretanto, não trouxeram resultados animadores.
METODOLOGIA
Foram pesquisadas nas bases de dados Medline (PubMed) e Cochrane Library os ensaios clínicos randomizados (ECRs) de 1995 a 2017 que utilizaram estratégia intensiva ou a terapia GIK no controle glicêmico durante a fase aguda do IAM. Foram incluídos oito estudos. Para identificar os efeitos da insulinoterapia ou da terapia GIK, calculamos um risco relativo geral (RR) com meta-análises de modelos de efeitos fixos e aleatórios. Um valor de p-bicaudal < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS
Foram incluídos 28.151 pacientes, sendo 1.379 no grupo de tratamento intensivo da glicemia, 13.031 no GIK e 13.741 no controle. A mortalidade total foi de 2.961 (10,5%), computando um risco relativo de 1,03 [95%CI 0,96–1,10]; I 2 = 31%; p = 0,41 para o grupo intensivo ou GIK contra o grupo conservador. Reduções intensas (> 36 mg/dL) em relação à glicemia estimada média se associaram à maior mortalidade, enquanto reduções menores não se associaram com seu incremento ou redução. A redução glicêmica na fase aguda em relação à glicemia estimada média foi mais efetiva e segura na faixa em torno de 18 mg/dL.
CONCLUSÃO
Esta meta-análise levanta a hipótese de haver um limite tênue entre efetividade e segurança para a redução glicêmica na fase aguda, sendo que os alvos não devem exceder uma redução maior do que 36 mg/dL de glicemia.
Hiperglicemia; Infarto do miocárdio; Meta-análise como assunto; Efetividade; Segurança; Cuidados críticos