À BEIRA DO LEITO
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Quando indicar a oxigenoterapia hiperbárica?
Milton Rodrigues Junior; Alexandre Rodrigues Marra
A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é uma modalidade terapêutica que consiste na oferta de oxigênio puro (FiO2 = 100%) em um ambiente pressurizado a um nível acima da pressão atmosférica, habitualmente entre duas e três atmosferas. A OHB pode ser aplicada em câmaras com capacidade para um paciente (câmara monopaciente ou monoplace) ou para diversos pacientes (câmara multipaciente ou multiplace). A oxigenoterapia hiperbárica é reconhecida como uma modalidade terapêutica que deve ser aplicada por um médico. No Brasil, as indicações foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina, mediante resolução CFM 1457/95.
As indicações para a realização da terapia hiperbárica são as seguintes:
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Embolia gasosa
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Doença descompressiva
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Embolia traumática pelo ar
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Gangrena gasosa
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Síndrome de Fournier
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Outras infecções necrotizantes de partes moles: celulites, fasceítes e miosites
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Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos)
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Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de mucosas
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Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea
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Isquemias traumáticas agudas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental, reimplante de extremidade amputada e outros
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Queimaduras térmicas ou elétricas
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Lesões refratárias: úlceras de pele, pé diabético, escaras de decúbito, úlceras por vasculites auto-imunes, deiscências de sutura
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Osteomielite
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Retalhos ou enxertos comprometidos
A OHB consiste em uma modalidade segura apresentando poucas contra-indicações. Os efeitos colaterais da OHB estão relacionados à variação da pressão e/ou toxicidade do oxigênio. A toxicidade do oxigênio está relacionada à dose oferecida e ao tempo de exposição ao tratamento hiperbárico. As toxicidades pulmonar (inexistente com doses clínicas de OHB) e neurológica são as mais importantes. Os efeitos colaterais da OHB são os seguintes:
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Toxicidade pulmonar: tosse seca, dor retrosternal, hemoptóicos e edema pulmonar
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Toxicidade neurológica: parestesias e convulsão (1:10.000 tratamentos)
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Desconforto e barotrauma auditivos
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Desconforto em seios da face
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Alterações visuais transitórias
Referências
1. Buras J. Basic mechanisms of hyperbaric oxygen in the treatment of ischemia - reperfusion injury. Intern Anesth Clin 2000; 38:91-109.
2. Wu W, Lieber MJ. Hyperbaric oxygen therapy: ten common questions related to the management of severe necrotizing skin and soft-tissue infections. Infect Dis Clin Pract 2001; 10:429-34.
3. Tibbles PM, Edelsberg JS. Hyperbaric oxygen therapy. N Engl J Med 1996; 334:1642-8.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
21 Out 2004 -
Data do Fascículo
Set 2004