RESUMO
OBJETIVO:
O distanciamento social durante a pandemia por COVID-19 tem sido associado a uma redução na busca por atendimento médico. Pacientes de alto risco têm evitado ambiente hospitalar com receio de infectar-se. Nossa hipótese é de que houve também uma redução no atendimento médico a emergências gastrointestinais. O objetivo deste estudo é avaliar a frequência de consultas por emergências gastrointestinais graves durante e antes da pandemia.
MÉTODOS:
Estudo transversal. O critério de inclusão foram casos de consulta em emergência por patologia gastrointestinal que tenham requerido hospitalização, de janeiro a abril dos anos 2015 a 2020. A população pediátrica foi excluída.
RESULTADOS:
Um total de 2.457 casos foi incluído. O número de hospitalizações via emergência durante os primeiros quatro meses de 2020 foi: 108, 112, 82 e 77, respectivamente. Comparando abril de 2020 com anos anteriores, houve um número de atendimentos abaixo do esperado (p=0,002).
CONCLUSÃO:
Este estudo relata uma redução pronunciada em atendimentos por emergências gastrointestinais graves na pandemia. Governos e sociedade devem estar cientes de que tais crises de saúde não interrompem a ocorrência natural de doenças não infecciosas, do contrário poderá ocorrer um aumento na mortalidade por outras morbidades.
PALAVRAS-CHAVE:
Infecções por coronavírus; Emergências; Serviços médicos de emergência; Trato gastrointestinal