Objetivo:
verificar a associação entre estado nutricional, limitação funcional e incapacidade física em idosos da região Sul do Brasil.
Métodos:
estudo epidemiológico, transversal, de base populacional e domiciliar, realizado com 477 idosos de ambos os sexos (60 a 100 anos). O estado nutricional foi verificado por meio do índice de massa corporal (IMC): baixo peso (IMC < 22 kg/m2) e excesso de peso (IMC > 27 kg/m2). Na avaliação da limitação funcional, utilizou-se o somatório dos escores (valores entre 0 e 5) dos testes "sentar e levantar" e "pegar o lápis" (avaliados por tempo) e de equilíbrio (quatro medidas estáticas). A incapacidade física foi avaliada pelo relato da dificuldade em realizar uma ou mais tarefas relacionadas às atividades básicas da vida diária (AVD) e às atividades instrumentais da vida diária (AIVD). Foram realizadas análises brutas e ajustadas (3 modelos) usando-se regressão de Poisson (razão de prevalência [RP] e 95% IC [intervalo de confiança])
Resultados:
as análises brutas mostraram associação entre baixo peso e limitação funcional (RP = 2,71; IC 95% = 1,63-4,51); excesso de peso e incapacidade nas AVD (RP = 2,2; IC 95% = 1,44-3,35) e excesso de peso e incapaci-dade nas AIVD (RP = 1.56; IC 95% = 1,2-2,03). O ajuste para gênero, idade, nível de escolaridade, arranjo familiar, trabalho atual, função cognitiva e número de morbidades reduziu a magnitude das associações, contudo, sem alterar o poder estatístico.
Conclusão:
o estado nutricional é um fator independentemente associado à limitação funcional e à incapacidade. Recomenda-se o uso desse indicador no monitoramento da saúde dos idosos.
envelhecimento; estado nutricional; atividades cotidianas; limitação da mobilidade