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Impacto da unidade coronariana no tratamento do infarto do miocárdio

Resumo

Introdução:

Apesar da diminuição da mortalidade por infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAM-ST) no mundo, a doença ainda acarreta elevados custos e morbidade. Muitas medidas contribuem para a redução da mortalidade, dentre elas a criação de unidades intensivas coronarianas (UCO).

Objetivo:

Avaliar o impacto da criação de uma UCO na prescrição de tratamentos preconizados e na mortalidade em 30 dias em pacientes com IAM-ST.

Método:

Foi realizado estudo retrospectivo e foram coletados dados de prontuários de pacientes internados na UCO de 2005 a 2006 (grupo depois). Esses dados foram comparados com dados do serviço de 2000 a 2002, previamente à criação da UCO (grupo antes).

Resultados:

Havia 101 e 143 pacientes nos grupos depois e antes, respectivamente. Não houve diferenças em relação às características populacionais e às características do infarto entre os períodos. Observamos aumento na prescrição de iECA, clopidogrel e estatinas. Apesar da ausência de mudanças no número de pacientes que receberam terapia de reperfusão, houve aumento de angioplastias primárias em detrimento ao uso de trombolíticos no período posterior à criação da UCO. Não observamos diminuição da mortalidade em 30 dias após IAM-ST (antes: 10,5%; depois: 8,9%; p=0,850), mas a prescrição de tratamentos preconizados foi alta em ambos os períodos. O uso de iECA e de betabloqueador diminuiu o risco de morte em 4,4 e 4,9 vezes, respectivamente.

Conclusão:

Em pacientes com IAM-ST, a criação da UCO não reduziu a mortalidade em 30 dias, mas houve aumento na prescrição de tratamentos preconizados.

Palavras-chave:
mortalidade; inibidores da enzima conversora de angiotensina; antagonistas adrenérgicos

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