IMAGEM EM MEDICINA
Leishmaniose tegumentar americana
Felipe Filardi da Rocha; Maísa Gomes Campos
Homem, 68 anos, trabalhador rural, natural e procedente de Sabará/MG, foi atendido previamente pelo Serviço de Clínica Médica da Santa Casa de Sabará. Apresentava uma extensa úlcera na perna esquerda, indolor, de bordas bem definidas e moderada secreção purulenta, com início havia sete meses. Tabagista (20 cigarros/dia por 40 anos) e hipertenso (em uso de hidroclorotiazida 25 mg/dia). Negava diabetes e uso de outras medicações. Sem outras queixas. Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações. Abdome normal sem tumorações e visceromegalias. Pesquisa bacteriológica e cultura da secreção produzida identificaram presença de Staphylococcus aureus. Recebeu tratamento com antibiótico oral (cefalexina 500 mg) e agentes tópicos, sem resultados. Consultou outros médicos em duas outras situações. Em ambas recebeu tratamento semelhante sem alteração do quadro. Um cirurgião vascular descartou a possibilidade de doença periférica arterial ou venosa. Durante realização de curativos no Centro de Saúde (Figura 1), suspeitou-se de leishmaniose devido às suas características epidemiológicas. Imunofluorescência para a doença foi positiva e a biópsia da lesão confirmou o diagnóstico de leishmaniose tegumentar americana ao identificar amastigotas no tecido (Figura 2, seta branca). Tratamento foi iniciado com glucantime (20 mg SBv/kg de peso/dia). Após dois meses a cicatrização foi completa sem terem restado limitações.
Referências
1. Gontijo B, Carvalho MLR. Leishmaniose tegumentar americana. Rev Soc Bras Med Trop. 2003;36:71-80.
2. Marsden PD. Pentavalent antimonials: old drug for new diseases. Rev Soc Bras Med Trop. 1985;18:187-98.
Trabalho realizado na Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
17 Jan 2007 -
Data do Fascículo
Dez 2006