RESUMO:
INTRODUÇÃO:
O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus isolado pela primeira vez no ano de 1947, sendo transmitido para o homem pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil foi detectado pela primeira vez em maio de 2015. Desde então, ZIKV foi identificado como o agente etiológico da doença exantemática aguda no Brasil, e neuropediatras do Recife deram o sinal de alerta sobre uma epidemia de microcefalia, tendo o Ministério da Saúde do Brasil confirmado a associação entre ZIKV e malformações congênitas e síndromes neurológicas. O olho, sendo uma extensão do cérebro em desenvolvimento, tem sido examinado em pacientes com microcefalia e história materna de infecção por ZIKV.
MÉTODO:
Foram analisados, por meio de prontuário médico, 20 pacientes recém-nascidos, portadores de microcefalia, cujas mães tiveram presumidamente Zika vírus durante a gestação. A estatística não paramétrica Qui-Quadrado foi utilizada para verificar a associação entre perímetro cefálico e alteração ocular, no nível de significância de 0,0001.
RESULTADOS:
A significância de P=0,000 no valor da estatística não paramétrica de Qui-Quadrado foi menor do que o valor de α = 0,0001, demonstrando que podemos afirmar que, em um nível de 0,0001, há uma associação entre o perímetro cefálico e a alteração ocular.
CONCLUSÃO:
Apesar de ainda serem escassos os conhecimentos sobre a evolução natural da doença, as evidências atuais são fortes o suficiente para estabelecermos a relação causal entre a infecção pelo ZIKV durante a gravidez e o aumento da frequência da microcefalia e alterações oculares graves que levam à baixa severa da visão dessas crianças.
PALAVRAS-CHAVE:
Zika vírus; Gravidez; Microcefalia; Manifestações oculares