RESUMO
Introdução:
a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma condição heterogênea que inclui esteatose e esteato-hepatite não alcoólica (NASH), na ausência de consumo significante de álcool, podendo atingir 30% da população. Fatores de risco mais comuns são idade, gênero, etnia, diabetes mellitus (DM), obesidade, predisposição, síndrome matabólica (SM), resistência à insulina (RI), drogas e síndrome do ovário policístico.
Objetivo:
descrever o perfil de portadores de DHGNA assistidos no Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP.
Método:
foram avaliados pacientes com DHGNA e coletados dados clínico-epidemiológicos, após consentimento informado.
Resultados:
dos 62 pacientes estudados, houve predomínio de mulheres (76%), caucasoides (73%), idade entre a quinta e sexta décadas e assintomáticos (71%). Exame de ultrassonografia (US) mostrou esteatose em 84%. NASH foi diagnosticada em 61% da casuística. Em 21 pacientes, biópsia hepática mostrou cirrose em 36% e câncer de fígado e esteatose pura em um paciente (5%) cada. Dos fatores de risco, 70% dos pacientes apresentavam SM; 87%, cintura abdominal alterada; 63%, dislipidemia; 61% (n=38), hipertensão arterial sistêmica (HAS); 28%, DM; 52%, sedentarismo, e em 44% encontrou-se RI (HOMA>3,5). Houve associação entre RI e NASH (p=0,013), RI e obesidade (p=0,027), RI e SM (p=0,006), SM e esteatose à US (p=0,014).
Conclusão:
os fatores de risco mais frequentes foram SM e suas variáveis (cintura abdominal aumentada, dislipidemia e HAS), o que ressalta a importância do controle metabólico na DHGNA e corrobora o seu papel como componente hepático da SM.
Palavras-chave
fígado gorduroso; diabetes mellitus; obesidade