Foram estudados 55 pacientes com a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), triados ao serviço de Dermatologia, apresentando doenças cutâneo-mucosas, algumas de caráter oportunista. As dermatoses são freqüentes nestes doentes e, às vezes, de difícil diagnóstico pelo caráter atípico das lesões. OBJETIVOS: Analisar a freqüência e apresentação clínica das dermatoses relacionadas à Aids. MÉTODOS: Cinqüenta e cinco pacientes com Aids e lesões tegumentares foram estudados, de modo transversal, no Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Uberlândia, de 1995 a 1997. Foram realizadas biopsias e culturas diversas para elucidação diagnóstica. RESULTADOS: Foram encontradas 116 dermatoses, com predomínio das fúngicas (78%), seguidas pelas virais (40%), eritêmato-escamosas (27%), pápulo-pruríticas (18%), causadas por drogas (10%), neoplásicas (9%) e outras afecções cutâneo-mucosas (7%). A maioria dos pacientes apresentou mais de uma dermatose (67%). CONCLUSÕES: Confirmou-se a maior freqüência de dermatoses fúngicas, seguidas pelas virais, na Aids. Observou-se a necessidade de propedêutica bem elaborada para o diagnóstico preciso das dermatoses, devido à sua apresentação atípica em grande número de doentes. O exame dermatológico e a biopsia das lesões tiveram grande relevância na suspeita do diagnóstico de Aids.
Aids; Afecções cutâneo-mucosas