Resumo
Objetivo:
Determinar a prevalência da síndrome de burnout entre médicos residentes de várias especialidades e avaliar os fatores associados.
Método:
Foram aplicados o questionário Maslach Burnout Inventory e um questionário sócio-demográfico para avaliar fatores associados à síndrome. Burnout foi definido pela associação de alto desgaste emocional e despersonalização e baixa realização profissional. Análise multivariada foi realizada por meio do ajuste do modelo de Poisson com a identificação dos fatores de risco e calculadas as razões de prevalência (RP). Dos 250 médicos residentes cadastrados no Hospital das Clínicas de Pernambuco, 129 participaram do estudo.
Resultados:
Nos três domínios que caracterizam a síndrome de burnout, encontramos um baixo nível de realização profissional em 94,6% dos médicos residentes entrevistados, alto nível de despersonalização em 31,8% e 59,7% com alto nível de desgaste emocional. A prevalência de burnout encontrada foi de 27,9%. Ter sofrido evento estressante nos seis meses anteriores (RP: 8,10; IC 95% 1,2-57,2) e cursar especialidade cirúrgica (RP: 1,99; IC 95% 1,2-3,3) estiveram associados de forma independente ao burnout.
Conclusão:
A prevalência de burnout encontrada em médicos residentes está de acordo com estudos brasileiros prévios. Residentes de especialidades cirúrgicas e aqueles que sofreram evento estressor foram identificados como susceptíveis neste estudo. A identificação precoce dos fatores de risco é fundamental para a implementação de medidas preventivas para o não desenvolvimento da síndrome.
Palavras-chave:
burnout; residência médica; educação médica