RESUMO
OBJETIVO:
Estimar a prevalência de Síndrome de Burnout (SB) e fatores associados entre os internos de medicina de uma universidade pública no Nordeste do Brasil, além de investigar a contribuição do Grupo Balint (GB) na sua prevenção.
MÉTODOS:
Estudo transversal em fevereiro/2018 com os internos de medicina da universidade pesquisada. Aplicou-se um questionário estruturado elaborado pelos autores sobre características sociodemográficas, processo educacional com participação do GB e vivências psicoemocionais atuais, além do Maslach Burnout Inventory – Student Survey (MBI-SS) para triagem de SB. Realizaram-se análise descritiva, regressão logística e análise de agrupamentos.
RESULTADOS:
Participaram 184 estudantes (98%), com idade média de 25,9±3,9 anos, sendo 54,9% do sexo masculino. A prevalência de SB foi 10,3% pelo critério tridimensional e 35,9% pelo bidimensional (Exaustão e Descrença), sendo maior naqueles que pensaram em abandonar o curso (OR=2,14), estavam insatisfeitos com as estratégias de ensino (OR=2,67) e com seu desempenho acadêmico (OR=2,64) e faziam uso de drogas lícitas (OR=2,37). As variáveis associadas à SB permitiram discriminar os indivíduos classificando-os em três subgrupos. A prevalência de SB diminuiu e fatores de vulnerabilidade foram atenuados quando houve maior frequência de estudantes participantes do GB.
CONCLUSÕES:
A prevalência de SB pelo critério bidimensional foi alta, com fatores associados ao processo educacional. A participação no GB foi associada à menor prevalência de SB. Estudos longitudinais devem ser realizados.
PALAVRAS-CHAVE:
Estudantes de medicina; Esgotamento psicológico; Saúde mental; Educação médica