RESUMO
A obesidade, o diabetes e a hipertensão arterial são fatores de risco para as doenças cardiovasculares (DCV) por promoverem um estado de hipercoagulabilidade. É sabido que as plaquetas desempenham um importante papel no desenvolvimento da aterosclerose. Diante disso, estudos recentes têm avaliado os índices de volumes plaquetários (IVPs) em indivíduos com fatores de risco para DCV, para melhor se entenderem os mecanismos plaquetários envolvidos no seu desenvolvimento. Os IVPs estimam indiretamente a função plaquetária e são facilmente obtidos a partir de analisadores hematológicos automáticos, que fornecem contagens de plaquetas, volume médio de plaquetas (VPM), largura de distribuição de plaquetas (PDW) e a proporção de plaquetas grandes (P-LCR). O presente trabalho tem por objetivo revisar na literatura estudos que investigaram a associação entre os IVPs e obesidade, diabetes e hipertensão arterial, a fim de avaliar o seu uso como potencial marcador subclínico das DCV. Estudos demonstraram resultados promissores quanto ao VPM, um índice que permite uma detecção precoce da ativação de plaquetas e que pode ser útil na identificação de pacientes antes do início do desenvolvimento de DCV, de tal forma que estratégias preventivas possam ser implantadas. O PDW, embora tenha sido avaliado por um número menor de estudos, também demonstrou resultados promissores. Entretanto, ainda existe um longo caminho a se percorrer para que o VPM e o PDW sejam utilizados na prática clínica, pois ainda são necessárias mais evidências epidemiológicas, o estabelecimento de valores de referência e a padronização da forma de expressar os resultados.
PALAVRAS-CHAVE:
Índices de volume plaquetários; Obesidade; Diabetes mellitus; Hipertensão
