Esta revisão traz uma análise de dados disponíveis na literatura sobre o impacto do jejum intermitente, uma modalidade de intervenção nutricional, em diferentes aspectos do metabolismo. A epidemia de anormalidades metabólicas, como obesidade, síndrome metabólica e diabetes mellitus tipo 2, tem ocasionado um aumento na prevalência de doenças cardiovasculares, condições em que os indivíduos afetados apresentam impor tantes melhorias advindas de modificação nos hábitos alimentares. Estudos experimentais recentes têm elucidado a modulação do metabolismo por jejum intermitente. Testes com animais têm mostrado alterações positivas no metabolismo glicídico (valores menores de glicemia e insulinemia) e lipídico (redução no volume de gordura visceral e aumento nos valores de adiponectina plasmática), além de uma maior resistência ao estresse. Apesar dos estudos disponíveis apresentarem populações muito reduzidas, observaram-se resultados positivos com esta intervenção também na saúde humana. Os resultados indicam melhorias no perfil lipídico, redução de respostas inflamatórias, com redução na liberação de adipocinas inflamatórias e alterações na expressão de genes relacionados com a resposta inflamatória e de outros fatores. Em indivíduos obesos observou-se uma melhor adesão ao jejum intermitente em relação a intervenções tradicionais (restrição calórica), além da redução no estresse oxidativo desta população. Dessa maneira, por se tratar de uma intervenção viável e acessível para a maioria dos indivíduos, novos estudos clínicos são necessários para testar a eficácia desta intervençãonaprevenção e no controle de doenças metabólicas e cardiovasculares.
Jejum; Doença cardiovascular; Obesidade; Síndrome metabólica; Restrição calórica; Dislipidemia