OBJETIVOS: Avaliar os resultados de colpocitologia oncótica de mulheres atendidas em ambulatório de ginecologia preventiva (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). MÉTODOS: Foram estudadas 6821 mulheres submetidas a exame clínico e ginecológico com realização de colpocitologia oncótica pela técnica de Papanicolaou. Estas mulheres foram consideradas conforme a faixa etária em três grupos: abaixo de 40 anos, entre 41 e 60 anos e acima de 60 anos. RESULTADOS: Amaioria das mulheres reconhecem tanto a necessidade da colpocitologia como sua periodicidade, principalmente entre as mais jovens. As mulheres acima de 60 anos eram as que mais referiam (54,1%) não conhecer a necessidade da colpocitologia oncótica, nem sua periodicidade (58,8%); o grupo que melhor referia conhecimento da necessidade e periodicidade da colpocitologia oncótica foi o de mulheres entre 40 e 60 anos. O material foi considerado insuficiente para análise em 15,1% ou inadequado em 1,1%, sendo os resultados: classe I (21,7%), II (59,9%), III (2,0%), IV (0,1%) e V (0,1%). Não houve diferença significativa em relação à distribuição dos casos de neoplasia intraepitelial (NIC) entre as faixas etárias. O achado microbiológico mais freqüente foi Gardnerella sp. (8,6%). Presença de papilomavírus humano (HPV) foi significativamente menor nas mulheres acima de 60 anos. CONCLUSÕES: O diagnóstico de alterações colpocitológicas relacionadas a neoplasias foi de 2,2% com detecção de Gardnerella sp. como o agente microbiológico mais prevalente por este método. A distribuição de infecção pelo HPV mostrou declínio com o aumento da faixa etária. As mulheres mais velhas foram as que menos apresentavam conhecimento sobre a realização de colpocitologia.
Colpocitologia oncótica; Ginecologia preventiva; Câncer de colo uterino