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Câncer de colo uterino: complicações renais e sobrevida após nefrostomia percutânea

RESUMO

Introdução:

a nefropatia obstrutiva é complicação frequente na evolução do câncer do colo uterino (CCU) avançado e a nefrostomia percutânea guiada por ultrassonografia (NFT) é uma técnica bem estabelecida para a rápida desobstrução ureteral.

Objetivo:

esclarecer os fatores relacionados à evolução ou não para óbito e qualidade de vida das pacientes com CCU avançado com complicações obstrutivas urinárias agudas e que, após desobstrução pela NFT, recuperaram fluxo urinário e função renal.

Método:

foi realizado estudo transversal analítico descritivo, que avaliou dois grupos de pacientes com CCU submetidas à NFT [óbito (GO) e sobrevida (GS)], em um hospital público, referência para doenças oncológicas da região Norte do país.

Resultados:

a creatinina sérica média inicial era >10 mg/dL pré-NFT e tornou-se <2 mg/dL após. Quanto à sobrevida, os pontos de corte de 8,7 g/dL de Hb e 27% de Ht melhor discriminaram a evolução dos grupos GO e GS (p=0,0241 e p=0,0065). Hipotensão se associou significantemente (p=0,0037) com a evolução para óbito. Variações na taxa de filtração glomerular, que já era reduzida em todos os casos, não se associaram aos níveis de Hb/Ht ou à evolução para óbito durante seguimento nefrológico.

Conclusão:

a NFT permitiu a recuperação da função renal em 61,7% das pacientes com CCU, dispensando terapia de substituição renal. Níveis de Hb >8,7 g/dL e Ht >27% estiveram associados a maior sobrevida, e a hipotensão durante o seguimento associou-se com evolução para óbito.

Palavras-chave
obstrução ureteral; insuficiência renal crônica; nefrostomia percutânea; anemia; creatinina; sobrevida

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