RESUMO
OBJETIVO:
Determinar a frequência de hipofosfatemia como marcador da síndrome de realimentação (SR) antes e após o início da TN em pacientes críticos.
MÉTODOS:
Coorte retrospectiva realizada com 917 pacientes adultos de um hospital terciário em Cuiabá-MT. Foi determinada a frequência de hipofosfatemia (fósforo <2,5 mg/dl) como marcador de risco de SR, para valores de fósforo sérico da admissão (P1) e após o início da TN (P2).
RESULTADOS:
Foi observado um aumento significativo (36,3%) da hipofosfatemia entre P1 e P2 e, consequentemente, do risco de SR (25,6% vs 34,9%; p<0,001) com o início da TN. Após o início da TN, pacientes desnutridos apresentaram maior queda do fósforo sérico. Os pacientes com TN apresentaram aproximadamente 1,5 vez mais chance de desenvolver hipofosfatemia e risco de SR (OR=1,44 IC95% 1,10-1,89; p=0,01) quando comparado aos com dieta oral. Nutrição parenteral foi mais associada à hipofosfatemia versus nutrição enteral (p=0,001) e nutrição enteral suplementada com parenteral (p=0,002).
CONCLUSÃO:
A frequência de pacientes críticos com hipofosfatemia e em risco de SR é alta e esse risco aumenta após o início da TN, especialmente nos desnutridos e naqueles recebendo nutrição parenteral.
PALAVRAS-CHAVE:
Cuidados críticos; Hipofosfatemia; Síndrome de realimentação; Desnutrição; Terapia nutricional