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Complicações cardiovasculares na síndrome de imunodeficiência adquirida

A introdução da terapia antitroviral altamente potente (HAART) melhorou significativamente a evolução clínica da infecção pelo HIV com um aumento nas taxas de sobrevida. Apesar deste benefício, o uso da HAART gerou contrastes nas manifestações cardíacas da Aids. Nos países desenvolvidos, observou-se uma redução de aproximadamente 30% na prevalência de cardiomiopatia associada ao HIV, possivelmente relacionada à redução das infecções oportunistas e da miocardite. Nos países em desenvolvimento, entretanto, aonde a disponibilidade da HAART é limitada e o impacto patogênico dos fatores nutricionais é significante, observou-se um aumento de 32% na prevalência de cardiomiopatia e uma alta taxa de mortalidade relacionada com a insuficiência cardíaca congestiva. Além disso, alguns tipos de HAART nos países desenvolvidos, especialmente aqueles que incluem inibidores da protease, têm causado em uma alta proporção de pacientes, uma síndrome metabólica iatrogênica (síndrome da lipodistrofia relacionada ao HIV) que está associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares relacionados à aterosclerose mesmo em indivíduos jovens infectados pelo HIV. Uma melhor compreensão dos mecanismos moleculares responsáveis por esta síndrome levará ao descobrimento de novas drogas que irão reduzir o risco cardiovascular em pacientes infectados pelo HIV que recebem HAART.

HIV; Doenças cardiovasculares; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Lipodistrofia; Terapia antirretroviral de alta atividade


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