RESUMO
OBJETIVO:
Avaliar a associação entre crenças religiosas/espirituais, ansiedade e depressão em estudantes dos cursos de medicina e enfermagem.
MÉTODOS:
Estudo transversal realizado com estudantes de medicina e enfermagem de uma universidade brasileira. Estudantes foram sorteados de forma aleatória e preencheram um questionário que continha dados sociodemográficos, de religiosidade (Duke Religion Index), espiritualidade (Self-spirituality rating scale) e saúde mental - depressão e ansiedade (Hospital Anxietyand Depression Scale). Foram usados modelos de regressão linear para avaliar a associação de R/E com saúde mental ajustando para as variáveis sociodemográficas.
RESULTADOS:
Um total de 187 estudantes abordados (90,7%) foi incluído no estudo, sendo 56,1% do sexo feminino, média de 23 anos de idade e 69% fazendo parte do curso de medicina. Dos estudantes, 29,4% frequentavam serviços religiosos uma vez ou mais por semana, 10,7% realizavam atividades privadas religiosas uma ou mais vezes ao dia e os índices de religiosidade intrínseca e espiritualidade foram moderados. Na regressão linear, ajustada para variáveis sociodemográficas, a frequência religiosa foi a única que esteve associada a menores níveis de ansiedade (Beta: −0,178, p = 0,026). As demais dimensões de religiosidade ou espiritualidade não estiveram associadas a níveis de ansiedade e depressão.
CONCLUSÕES:
O presente estudo evidenciou que apenas a frequência religiosa esteve associada à saúde mental do estudante de medicina e enfermagem. Esses resultados demonstram que alguns estudantes utilizam suporte religioso na tentativa de minimizar os efeitos negativos de sua vida universitária. Esse suporte parece ser mais efetivo quando envolve a participação em atividades sociais religiosas em relação a atividades privadas.
PALAVRAS-CHAVE:
Ansiedade; Religião e medicina; Estudantes de medicina; Estudantes de enfermagem; Espiritualidade