RESUMO
Apesar de há muito tempo descrita, não existe consenso estabelecido quanto à real existência da cardiomiopatia diabética (CMPDM). Devido à sua complexa fisiopatologia, tem sido árduo à pesquisa clínica e experimental estabelecer conexões claras entre diabetes mellitus (DM) e insuficiência cardíaca (IC), assim como solucionar os mecanismos da doença subjacente do miocárdio. No entanto, as evidências epidemiológicas da relação dessas condições são incontestáveis. O interesse em compreender melhor essa doença tem recrudescido devido aos recentes resultados de ensaios clínicos avaliando novos fármacos hipoglicemiantes, como os inibidores do transportador de sódio-glicose 2, que demonstraram respostas favoráveis, considerando-se a prevenção e tratamento da IC em pacientes portadores de DM. Nesta revisão, percorremos aspectos da epidemiologia da CMPDM e de seus possíveis mecanismos patogênicos, além de apresentarmos os principais fenótipos cardíacos da CMPDM (IC com fração de ejeção preservada e reduzida) e implicações do manejo terapêutico desta doença.
Diabetes mellitus; Cardiomiopatias; Hipoglicemiantes; Insuficiência cardíaca