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EFEITOS DA EXPANSÃO URBANA NA CONSERVAÇÃO DE FLORESTAS EM UMA ÁREA DE MANANCIAL METROPOLITANO

RESUMO

A supressão da cobertura vegetal em áreas de mananciais e seus efeitos sobre a disponibilidade de água para o abastecimento público têm se tornado cada vez mais uma preocupação das grandes metrópoles. Este estudo avaliou as mudanças espaço-temporais de uso e cobertura da terra e seus efeitos na conservação de florestas de Mata Atlântica em uma área de manancial de restrição hídrica para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, inserida na segunda maior densidade demográfica do Brasil, no município de Diadema. Foram elaborados mapas históricos e cenários de tendência futura por meio da aplicação da cadeia de Markov em associação com autômatos celulares. A conservação de florestas foi avaliada a partir de um conjunto de métricas da paisagem embasadas na disponibilidade de recursos, no isolamento e na tendência de fragmentação florestal. Os resultados confirmaram que houve incremento do uso urbano de 37% nas últimas cinco décadas, que está diretamente relacionado com o desmatamento de 50% de floresta em estágio médio/avançado e 40% em estágio inicial, sendo os campos antrópicos (41%) e as vias de acesso (54%) as principais forças motrizes de mudança da paisagem. Houve uma drástica redução na disponibilidade de recurso ótimo (75%) e no aumento do isolamento (361,5%) dos fragmentos florestais atuais. Como consequência, as tendências indicam que, se não houver mudanças na gestão da área, o desmatamento pode acontecer de forma acelerada e ininterrupta, restando apenas 10% de floresta o que pode, potencialmente, prejudicar a disponibilidade e qualidade hídrica do reservatório e a biodiversidade local.

Palavras-Chave:
Métrica da paisagem; Uso e ocupação da terra; Represa Billings

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