Resumo
Objetivo:
Avaliar a irradiação incidental dos linfonodos da cadeia mamária interna (LCMIs) com campos tangenciais opostos por meio de radioterapia bidimensional (2D) convencional ou tridimensional (3D) e comparar as duas técnicas quanto aos resultados obtidos.
Materiais e Métodos:
Trata-se de um estudo retrospectivo com 80 pacientes com câncer de mama sem indicação de radioterapia dos LCMIs: 40 foram submetidos a radioterapia 2D com tomografia computadorizada para controle dosimétrico e 40 foram submetidos a radioterapia 3D. A dose total prescrita foi 50,0 Gy ou 50,4 Gy (2,0 ou 1,8 Gy/dia, respectivamente). Os planos de tratamento foram analisados e os LCMIs foram definidos conforme as recomendações do Radiation Therapy Oncology Group. No tocante aos LCMIs, foram analisadas a proporção do volume que recebeu 45 Gy, a proporção do volume que recebeu 25 Gy, a dose para 95% do volume, a dose para 50% do volume, a dose média, a dose mínima (Dmín) e a dose máxima (Dmáx).
Resultados:
Tratamentos do lado esquerdo predominaram na coorte 3D. Não houve diferenças entre as coortes 2D e 3D quanto ao estágio do tumor, ao tipo de cirurgia (mastectomia, cirurgia conservadora ou mastectomia com reconstrução imediata) ou à média do volume delineado dos LCMIs (6,8 vs. 5,9 mL; p = 0,411). À exceção da Dmín, todos os parâmetros dosimétricos apresentaram médias maiores na coorte 3D (p < 0,05). A mediana da Dmáx na coorte 3D foi 50,34 Gy. No entanto, a dose média nos LCMIs foi 7,93 Gy na coorte 2D e 20,64 Gy na coorte 3D.
Conclusão:
Nenhuma das duas técnicas emitiu doses suficientes aos LCMIs para que se alcançasse o controle subclínico da doença. No entanto, todos os parâmetros dosimétricos foram significativamente maiores com a técnica 3D.
Unitermos:
Linfonodos/efeitos de radiação; Irradiação linfática; Neoplasias da mama; Radioterapia