Resumo
Objetivo:
Avaliar a confiabilidade da sequência PSIR e sua precisão no diagnóstico topográfico de lesões corticais desmielinizantes em pacientes com esclerose múltipla (EM).
Materiais e Métodos:
Estudo transversal realizado em centro de referência terciário para EM e distúrbios desmielinizantes. Avaliamos a concordância entre três avaliadores na identificação e classificação topográfica de lesões corticais na ressonância magnética de pacientes com EM, utilizando as sequências FLAIR e PSIR.
Resultados:
Foram incluídos 71 pacientes com EM. Em PSIR detectou-se 1,5× mais lesões do que em FLAIR, com concordância satisfatória entre examinadores na identificação de lesões corticais, com coeficiente kappa de resposta livre (κFR) = 0,60, e na reclassificação topográfica das lesões, com κFR médio = 0,57. Os avaliadores reclassificaram 366 lesões em PSIR (20% das lesões detectadas em FLAIR), com excelente concordância. Houve correlação significativa do total de lesões detectadas em PSIR e o escore da escala de incapacidade EDSS (ρ = 0,35; p < 0,001).
Conclusão:
PSIR mostrou-se superior na detecção de lesões corticais e na classificação topográfica destas em comparação ao FLAIR, com concordâncias entre examinadores clinicamente satisfatórias. A associação significativa entre o número de lesões corticais em PSIR e o grau de incapacidade dos pacientes pode influenciar em decisões terapêuticas.
Unitermos:
Esclerose múltipla/diagnóstico por imagem; Córtex cerebral/patologia; Ressonância magnética/métodos; Processamento de imagem assistida por computador; Variações dependentes do observador