Resumo
Objetivo:
Correlacionar o achado mamográfico de calcificações amorfas suspeitas diagnosticadas na mamografia digital com seus diagnósticos anatomopatológicos.
Materiais e Métodos:
Setenta e oito casos de calcificações amorfas suspeitas (todas classificadas como BI-RADS® 4) detectadas na mamografia digital e submetidas a biópsia percutânea assistida à vácuo foram retrospectivamente avaliados. A classificação anatomopatológica utilizada na biópsia foi: pB2 para lesão benigna, pB3 para lesão com potencial incerto de malignidade, pB4 para lesão suspeita, e pB5 para lesão considerada maligna. O tratamento foi recomendado para as lesões pB5, a exérese cirúrgica foi indicada para lesões pB3 e pB4, para descartar malignidade, e o seguimento evolutivo foi adotado para as demais pacientes.
Resultados:
A histologia demonstrou 8 (10,3%) casos malignos (6 lesões pB5 e 2 lesões pB4) e 36 (46,2%) casos benignos (pB2). As demais 34 (43,6%) lesões foram classificadas como pB3 (33,3% foram lesões precursoras - hiperplasia ductal atípica, neoplasia lobular ou atipia epitelial plana - e 10,3% foram lesões de alto risco). A taxa de subestimação das lesões pB3 foi zero.
Conclusão:
O diagnóstico de lesões precursoras (excluindo hiperplasia ductal atípica, que pode corresponder a lesão pB4 dependendo da severidade e extensão dos achados) na biópsia percutânea assistida à vácuo por calcificações amorfas suspeitas não necessariamente representa lesão subestimada. Calcificações amorfas suspeitas se associaram a lesões precursoras numa proporção de 3:1 em relação às lesões malignas.
Unitermos:
Neoplasias mamárias/diagnóstico; Mamografia digital; Biópsia por agulha; Microcalcificações mamárias; Calcificações amorfas; Câncer de mama