RESUMO
Objetivo:
Correlacionar rotação medial do quadril com sinais radiográficos came e pincer de pacientes com síndrome do impacto femoroacetabular submetidos a artroscopia.
Materiais e Métodos:
Estudo retrospectivo com prontuários consecutivos de 2014 a 2017 em único centro. O estudo incluiu 65 pacientes com impacto femoroacetabular unilateral, de ambos os sexos e idade entre 18 e 55 anos, com indicação de artroscopia do quadril. Os dados colhidos no pré-operatório e pós-operatório de seis meses foram: amplitude de rotação medial e rotação lateral do quadril, mensurações de radiografia anteroposterior da pelve em ortostatismo e perfil de Ducroquet, escala visual analógica de dor e questionário de qualidade de vida International Hip Outcome Tool 33.
Resultados:
A amplitude pré-operatória de rotação medial do quadril foi, em média, 19,26 ± 10,39°, e pós-operatória, 30,95 ± 3,52° (p < 0,001). Para ângulo alfa anteroposterior, o valor médio pré-operatório foi 73,85 ± 6,62°, e após cirurgia, 68,12 ± 5 , 0 4 ° ( p < 0,001). Já o ângulo alfa perfil pré - operatório e pós- operatório foi, respectivamente, 56,97 ± 6,09° e 50,61 ± 5,39° (p < 0,001). O sinal do cruzamento foi presente em 75,40% (pré-cirurgia) e após cirurgia em 44,60% (p < 0,001). O índice de retroversão acetabular pré-operatório, em média, foi 0,17 ± 0,11, e pós-operatório, 0,07 ± 0,08 (p < 0,001). Embora tenham sido observados aumento na amplitude de rotação do quadril e melhora dos parâmetros radiográficos após artroscopia, não houve correlação direta entre as variáveis.
Conclusão:
A artroscopia do quadril pode promover normalização da amplitude de rotação medial do quadril e redução dos sinais radiográficos came e pincer nos pacientes com síndrome do impacto femoroacetabular, porém, estes achados não possuem correlação direta.
Unitermos:
Impacto femoroacetabular; Artroscopia; Quadril