Resumo
Objetivo:
Estabelecer valores de referência ultrassonográficos de volumes tireoidianos em crianças de até três anos de idade, por ser exame essencial no diagnóstico de doença tireoidiana infantil.
Materiais e Métodos:
Trata-se de estudo prospectivo conduzido em cidade do sudeste brasileiro suficiente em iodo. Participaram 100 crianças saudáveis, submetidas a exame clinicoantropométrico e ultrassonografia cervical seguindo protocolos convencionais. Características como ecotextura e volumes dos lobos e da tireoide total foram obtidos. Segundo a idade, as crianças foram distribuídas em cinco grupos: < 2 meses; 2-12 meses; 12-18 meses; 18-24 meses; e 24-36 meses.
Resultados:
No grupo < 2 meses os volumes tireoidianos foram menores (p < 0,001) do que nos demais (0,4 mL; 0,18-0,70 mL). Além dessa idade, o volume total médio foi 1,0 mL (0,30-2,0 mL) e não diferiu entre os grupos. Não foram observadas diferenças entre lobos ou relacionadas a gênero. Houve correlação (r = 0,347; p = 0,001) entre índice de massa corporal e volume total.
Conclusão:
As dimensões tireoidianas foram menores até dois meses (0,35 ± 0,16 mL), e a partir dessa idade os mesmos valores de referência podem ser usados até 36 meses (0,85 ± 0,42 mL). Tais dados podem orientar a investigação diagnóstica, especialmente no hipotireoidismo congênito.
Unitermos:
Doenças da glândula tireoide; Hipotireoidismo congênito; Ultrassonografia; Desenvolvimento infantil; Saúde da criança