Resumo
Objetivo:
Descrever o espectro dos achados de ressonância magnética (RM) em pacientes com manifestações neurológicas de dengue.
Materiais e Métodos:
Foram incluídos nove pacientes com dengue (três do sexo feminino e seis do sexo masculino; faixa etária: 9–30 anos), todos com manifestações neurológicas. Os exames de RM, realizados em aparelhos de 1,5 T ou 3 T, incluíram sequências ponderadas em T1 e em T2, assim como fluid-attenuated inversion recovery (FLAIR). Também foi empregada a imagem ponderada em difusão com mapeamento de coeficientes de difusão aparente. Além disso, foram obtidas sequências gradiente-eco ponderadas por suscetibilidade e em fast low-angle shot, bem como imagens ponderadas em T1 pós-contraste, para avaliar o realce parenquimatoso. As imagens de RM foram analisadas quanto à distribuição de lesões e características de imagens.
Resultados:
Todos os pacientes apresentaram áreas de intensidade de sinal alteradas que apareceram como hiperintensidade em sequências ponderadas em T2 e sequências FLAIR. O local mais comumente afetado foi o complexo gânglios basais-tálamo. Outros locais afetados foram o cerebelo, o córtex cerebral, a substância branca e o tronco encefálico. Em todos os casos observamos áreas irregulares de difusão restrita e áreas focais de hemorragia.
Conclusão:
A encefalite por dengue geralmente afeta os gânglios basais, o tálamo, o cerebelo, o córtex cerebral e a substância branca. Portanto, a RM deve ser uma parte indispensável da avaliação de pacientes com complicações neurológicas da dengue.
Unitermos:
Dengue; Encefalite; Ressonância magnética; Leucoencefalite hemorrágica aguda; Doenças cerebelares/diagnóstico