Prevalência de condropatia patelar na ressonância magnética de 3,0 T

Krieger, Eduardo André Gomes; Karam, Francisco Consoli; Soder, Ricardo Bernardi; Silva, Jefferson Luis Braga da

doi:10.1590/0100-3984.2019.0105

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Sumário

Artigo Original • Radiol Bras 53 (6) • Nov-Dec 2020 • https://doi.org/10.1590/0100-3984.2019.0105 copiar

Prevalência de condropatia patelar na ressonância magnética de 3,0 T

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Resumo

Objetivo:

Estabelecer a prevalência de condropatia patelar em exames de ressonância magnética (RM) em campo de 3,0 T e associar os achados com características como gênero, idade e índice de massa corporal.

Materiais e Métodos:

Foram coletados exames de RM de joelho em campo magnético de 3.0 T no período de outubro de 2016 a setembro de 2017. Os exames foram analisados por radiologista com experiência em radiologia musculoesquelética, que verificou a presença de condropatia patelar e a classificou entre os quatro graus, de acordo com a classificação da International Cartilage Repair Society.

Resultados:

Foram avaliados 291 pacientes, com a realização de 389 exames de RM. Destes exames, 308 (79,2%) apresentavam condropatia patelar e apenas 81 (20,8%) não a apresentavam. A doença foi vista mais frequentemente nas mulheres, em indivíduos acima de 40 anos e em obesos. Quando classificada por graus, os mais leves (graus 1 e 2) foram mais observados em homens e jovens (< 30 anos) e os mais severos (graus 3 e 4) no sexo feminino, nos acima de 40 anos e nos obesos.

Conclusão:

A prevalência de condropatia patelar nos pacientes que realizaram RM foi elevada (79,2%), sendo maior no sexo feminino e nos indivíduos acima de 40 anos. Dentro da classificação da International Cartilage Repair Society, o grupo mais prevalente foi o grau 4.

Unitermos:
Condromalácia da patela; Condropatias; Ressonância magnética

Grau	Artroscopia	RM
1	Amolecimento da cartilagem, pode ter lesões superficiais	Hipersinal focal com contornos normais
2	Franjeamento da cartilagem. Lesões que abrange menos de 50% da superfície articular	Fissuras da cartilagem articular
3	Perda substancial da cartilagem articular, com mais de 50% da espessura da superfície articular	Perda parcial da espessura da cartilagem com úlcera focal
4	Perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso subcondral	Perda total da espessura condral com reação óssea

Variáveis	Condropatia patelar
Variáveis	N	Sem	Com	P
Gênero				< 0,001
Masculino	173	55 (31,8%)	118 (68,2%)
Feminino	216	26 (12,0%)	190 (88,0%)
Faixa etária (anos)				< 0,001
< 30	66	37 (56,1%) ^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	29 (43,9%)
30 a 39	76	24 (31,6%) ^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	52 (68,4%)
40 a 49	81	11 (13,6%)	70 (86,4%)
50 a 59	81	4 (4,9%)	77 (95,1%) ^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.
≥ 60	85	5 (5,9%)	80 (94,1%) ^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.
Estado nutricional				0,07
Abaixo do peso	3	2 (66,7%)	1 (33,3%)
Eutrófico	148	33 (22,3%)	115 (77,7%)
Com sobrepeso	145	33 (22,8%)	112 (77,2%)
Obeso	93	13 (14,0%)	80 (86,0%)

Variáveis	N	Sem	Grau da condropatia patelar				P
Variáveis	N	Sem	Grau 1	Grau 2	Grau 3	Grau 4	P
Gênero							< 0,001
Masculino	173	55 (31,8%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	20 (11,6%)	34 (19,7%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	26 (15,0%)	38 (22,0%)
Feminino	216	26 (12,0%)	35 (16,2%)	24 (11,1%)	55 (25,5%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	76 (35,2%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.
Faixa etária (anos)							< 0,001
< 30	66	37 (56,1%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	9 (13,6%)	8 (12,1%)	8 (12,1%)	4 (6,1%)
30 a 39	76	24 (31,6%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	16 (21,1%)	8 (10,5%)	18 (23,7%)	10 (13,2%)
40 a 49	81	11 (13,6%)	10 (12,3%)	14 (17,3%)	16 (19,8%)	30 (37,0%)
50 a 59	81	4 (4,9%)	9 (11,1%)	14 (17,3%)	20 (24,7%)	34 (42,0%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.
≥ 60	85	5 (5,9%)	11 (12,9%)	14 (16,5%)	19 (22,4%)	36 (31,6%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.
Estado nutricional							< 0,001
Abaixo do peso	3	2 (66,7%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	0 (0,0%)	0 (0,0%)	0 (0,0%)	1 (33,3%)
Eutrófico	148	33 (22,3%)	28 (18,9%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	17 (11,5%)	34 (23,0%)	36 (24,3%)
Com sobrepeso	145	33 (22,8%)	18 (12,4%)	35 (24,1%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.	22 (15,2%)	37 (25,5%)
Obeso	93	13 (14,0%)	9 (9,7%)	6 (6,5%)	25 (26,9%)	40 (43,0%)^* * Associação estatisticamente significante pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de significância.

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[1] Correspondência: Dr. Eduardo André Gomes Krieger. Hospital São Lucas - PUCRS. Avenida Ipiranga, 6690, Jardim Botânico. Porto Alegre, RS, Brasil, 90610-000. E-mail: eagkrieger@gmail.com.