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RESUMOS DE ARTIGOS

Mamografia digital contrastada: experiência clínica inicial

Régis Teixeira Ribeiro de Oliveira

Médico Residente do Departamento de Radiologia da UFF

Jong RA, Yaffe MJ, Skarpathiotakis M, et al. Contrast-enhanced digital mammography: initial clinical experience. Radiology 2003;228:842–50.

OBJETIVO: Pesquisar o potencial uso do meio de contraste intravenoso na mamografia digital de campo inteiro, para facilitar a detecção e caracterização das lesões da mama.

MATERIAIS E MÉTODOS: Vinte e duas mulheres com suspeita de anormalidades em exames de imagem da mama e agendadas para realização de biópsia foram submetidas a mamografia digital com realce por contraste. Seis imagens seqüenciais do seio acometido foram obtidas, sendo a infusão intravenosa do meio de contraste feita no intervalo entre a primeira e segunda imagens. O processamento da imagem incluiu subtração logarítmica e de registro. As lesões foram avaliadas para a presença, morfologia e cinética do realce. O tipo, o tamanho e os achados patológicos da lesão foram correlacionados com os achados na mamografia digital contrastada.

RESULTADOS: Na mamografia digital contrastada o realce foi observado em oito de dez pacientes com câncer diagnosticados por biópsia. Não foi observado realce em um caso de carcinoma ductal in situ e em um caso de carcinoma ductal invasivo. Não houve realce em sete de 12 casos de lesões benignas que inicialmente eram suspeitas de malignidade. Apesar de não ser consistente, a cinética do realce da lesão se mostrou similar ao observado na ressonância magnética com gadolínio.

CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo preliminar sugerem que a mamografia digital contrastada pode ser potencialmente útil na identificação de lesões na mama densa mamograficamente. É justificável investigação futura para o uso da mamografia digital contrastada como ferramenta diagnóstica.

Biópsia percutânea por agulha fina, guiada por tomografia computadorizada, de pequenas lesões pulmonares (£ 1,0 cm)

Mariana Calomeni Elias

Médica Residente do Departamento de Radiologia da UFF

Wallace MJ, Krishnamurthy S, Broemeling LD, et al. CT-guided percutaneous fine-needle aspiration biopsy of small (£ 1.0 cm) pulmonary lesions. Radiology 2002;225:823–8.

OBJETIVO: Determinar a acurácia da biópsia percutânea por agulha fina (BPAF), guiada por tomografia computadorizada (TC), nas pequenas lesões pulmonares (£1,0 cm de diâmetro).

MATERIAIS E MÉTODOS: Sessenta e um pacientes (34 homens e 27 mulheres), com idade entre 21 e 89 anos (idade média de 61,3 anos), com nódulos pulmonares £ 1,0 cm, foram submetidos à BPAF guiada por TC. Cinqüenta e sete desses pacientes apresentavam lesão maligna primária. O diâmetro máximo dos nódulos foi de 0,5 a 0,7 cm em dez pacientes, e entre 0,8 e 1,0 cm em 51 pacientes. A avaliação citopatológica das amostras obtidas por BPAF foi imediatamente realizada em todos os pacientes. Sensibilidade e acurácia foram calculadas. Quatro pacientes não foram incluídos na análise estatística, devido à falta de informação de seu seguimento clínico.

RESULTADOS: Amostras de BPAF foram adequadas para o diagnóstico em 47 (77%) dos 61 pacientes. Em 52% (n = 32) as lesões foram diagnosticadas como malignas (n = 29) ou suspeitas (n = 3), e em 25%, como benignas ou com achados atípicos; 23% não obtiveram diagnóstico. Dos 29 pacientes sem evidência de malignidade, 25 obtiveram achados no seu seguimento clínico devido ao uso de TC em 16 pacientes e ressecção cirúrgica em nove pacientes. Quatro pacientes não foram incluídos na análise estatística devido à falta de informação de seu seguimento clínico. A sensibilidade global foi de 82% (32 dos 39), a especificidade foi de 100% (18 dos 18) e a acurácia diagnóstica foi de 88% (50 dos 57), com base nos 57 pacientes que foram avaliados. Resultados de 47 pacientes com lesões pulmonares entre 0,8 e 1,0 cm foram considerados melhores (sensibilidade de 88% e acurácia de 92%) do que nos dez pacientes com lesões entre 0,5 e 0,7 cm (sensibilidade de 50% e acurácia de 70%). Sensibilidade (75% versus 85%) e acurácia (87% versus 89%) também aumentaram quando foram comparadas as lesões subpleurais (£ 1,0 cm da superfície pleural, n = 30) com as lesões mais profundas (> 1,0 cm da superfície pleural, n = 27), porém a melhora não foi estatisticamente significativa. "Core" biópsia não revelou malignidade em nenhum dos nove pacientes nos quais os resultados citológicos preliminares foram inconclusivos, e também não melhorou o rendimento do diagnóstico. Trinta e oito pacientes (62%) apresentaram pneumotórax, com 19 pacientes (31%) necessitando de toracostomia.

CONCLUSÃO: BPAF guiada por TC das lesões pulmonares com 1,0 cm ou menos pode apresentar maior índice de acurácia diagnóstica que a biópsia realizada em lesões maiores. BPAF de lesões com 0,8 a 1,0 cm, que não são subpleurais, oferecem a melhor oportunidade de sucesso diagnóstico.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Abr 2004
  • Data do Fascículo
    Fev 2004
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