Resumo
Justificativa e objetivo
As visitas regulares pós-anestesia (VPA) permitem detectar complicações relacionadas à anestesia e aumentar a satisfação do paciente. Portanto, a VPA é recomendada após certos tipos de anestesia. Porém, não há dados disponíveis sobre a prática atual de VPA. Logo, este estudo foi projetado para investigar a quantidade, a organização, o conteúdo, a significância e os problemas da VPA na Alemanha.
Método
Para esta pesquisa de natureza fechada e prospectiva, um questionário com 13 perguntas foi criado e testado para identificar a objetividade, confiabilidade e validade. Posteriormente, 3.955 anestesiologistas registrados foram contatados via e-mail para responder a pesquisa.
Resultados
A taxa de retorno foi de 31,4%; 958 questionários foram incluídos no estudo. Apenas uma pequena parte dos pacientes foi designada para receber uma VPA (mediana: 20%). Em hospitais com serviço específico de VPA, esse número foi significativamente maior (mediana: 65%, p < 0,001) vs. ausência de serviço de VPA. As VPA normalmente duraram menos de cinco minutos (60%) e foram tipicamente conduzidas no dia da cirurgia (48%), após o turno normal de trabalho (55%). Dentre os que responderam o questionário, 38% relataram detectar complicações perioperatórias de forma intermitente durante as visitas. Enquanto 98% dos entrevistados acreditam que as VPA melhoram a qualidade de seu próprio trabalho, 86% se queixam de falta de tempo para essa tarefa.
Conclusões
Nossa pesquisa indica que as condições atuais de trabalho impedem a feitura rotineira de VPA. Considerando a alta valorização das VPA por anestesiologistas, bem como a incidência relevante de complicações no pós-operatório detectadas durante essas visitas, parece desejável considerar melhorias organizacionais para a assistência após a anestesia.
Palavras-chave
Visita pós-anestésica; Anestesia; Complicação; Questionário