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Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens

Bloqueo "3 en 1" por vía anterior: bloqueo parcial, completo o superdimensionado? Correlación entre anatomía, clínica y radio imágenes

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O clássico bloqueio "3 em 1" por via anterior tem suscitado divergências quanto ao envolvimento anestésico de seus três nervos participantes, o femoral, o cutâneo lateral da coxa e o obturador. O objetivo deste estudo é verificar o desfecho do bloqueio "3 em 1" por via anterior, através das técnicas: injeção única (G1), cateteres curtos (G2) e cateteres longos (G3). Os bloqueios "3 em 1", clinicamente identificados como completos ou superdimensionados foram, adicionalmente, investigados por meio de rádio imagem. MÉTODO: A identificação do espaço subfascial ilíaco nos bloqueios "3 em 1" com injeção única ou com cateteres foi feita pela perda de resistência ao ar. Em vários eventos dolorosos, o volume anestésico administrado variou entre 30 e 40 ml e a introdução cranial dos cateteres foi até 18 cm no espaço subfascial ilíaco. Quando a pesquisa clínica apontava envolvimento do nervo obturador ou de outro nervo adicional ao bloqueio "3 em 1", complementava-se a investigação com estudo radiográfico e tomodensiométrico com o propósito de estabelecer correspondência com a anatomia pélvica. RESULTADOS: O envolvimento dos nervos fêmoro cutâneo lateral e obturador não foram constantes, ao contrário do nervo femoral. No estudo, nenhum bloqueio "3 em 1" completo com injeção única (G1) se manifestou, e sim um bloqueio "2 em 1", com a participação eventual do ramo femoral do nervo genitofemoral (bloqueio "2,5 em 1"). Contudo, quando foram utilizados cateteres curtos (G2), obteve-se bloqueio "3 em 1" em apenas um paciente, ao passo que com cateteres longos (G3) introduzidos no sentido cefálico até 18 cm no espaço subfascial ilíaco, três bloqueios "3 em 1" superdimensionados foram registrados, pelo envolvimento adicional dos nervos fibular comum em dois pacientes e o nervo tibial em um paciente. CONCLUSÕES: Apesar da pequena amostra, com injeção única (G1), sempre se obteve um bloqueio "2 em 1" ou "2,5 em 1", sem a participação do nervo obturador. Com cateter curto (G2), o bloqueio "3 em 1" foi classificado como completo em 6,6% dos casos (um paciente). Porém, com cateter longo (G3), o resultado tende a ser mais previsível em relação aos outros grupos, especialmente quando o cateter alcança o espaço paravertebral lombossacral, resultando num bloqueio "3 em 1" completo em 20% dos casos (três pacientes) ou, raramente, num bloqueio "3 em 1" superdimensionado em 13,2% dos casos (dois pacientes).

TÉCNICAS ANESTÉSICAS; TÉCNICAS ANESTÉSICAS


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