Resumo
Justificativa e objetivos
O objetivo deste estudo foi comparar as alterações na pressão do balonete do tubo endotraqueal durante cirurgias laparoscópicas usando ar versus óxido nitroso na mistura dos gases anestésicos e observar a incidência de dor de garganta, rouquidão e disfagia no pós-operatório.
Métodos
No total, 100 pacientes agendados para cirurgia abdominal laparoscópica eletiva foram alocados em dois grupos: Grupo A (n = 50) recebeu ar e Grupo N (n = 50) recebeu óxido nitroso na mistura de gases anestésicos. Após a intubação endotraqueal, o balonete foi insuflado com ar para obter a pressão de vedação. As pressões do balonete na fase basal (pressão de vedação), aos 30 min, 60 min e 90 min foram registradas com um manômetro. A incidência de dor de garganta, rouquidão e disfagia foi observada no momento da alta da sala de recuperação pós-anestésica e 24 horas após a extubacão.
Resultados
A pressão do balonete aumentou em ambos os grupos, comparada à pressão basal. O aumento da pressão do balonete foi maior no Grupo N do que no Grupo A em todos os tempos avaliados (p < 0,001). No Grupo A, o aumento da pressão do balonete foi maior aos 90 min do que aos 30 min (p < 0,05). No Grupo N, o aumento da pressão do balonete foi maior em cada um dos tempos (30, 60 e 90 min) do que no tempo anteriormente mensurado (p < 0,05). A incidência de dor de garganta na sala de recuperação pós-anestésica foi maior no Grupo N do que no Grupo A.
Conclusão
O uso de óxido nitroso durante a laparoscopia aumenta a pressão do balonete, resulta em aumento na incidência de dor da garganta no pós-operatório. A pressão do balonete deve ser rotineiramente monitorada durante a laparoscopia sob anestesia com óxido nitroso.
PALAVRAS-CHAVE
Anestesia; Pressão do balonete endotraqueal; Laparoscopia; Óxido nitroso