Resumo
Introdução:
A doença hepática avançada pode, além das complicações hemorrágicas amplamente reconhecidas, ocorrer com eventos trombóticos. Descrevemos o caso de um paciente cirrótico em uso de varfarina, cujo manejo da coagulação durante o transplante de fígado foi guiado por tromboelastometria (ROTEM®).
Relato de caso:
Paciente do sexo masculino, 56 anos, diagnosticado com cirrose alcoólica, recebendo varfarina (2,5 mg.dia−1) para trombose parcial da veia porta, com razão normalizada internacional (INR) de 2,14. No início da cirurgia, os parâmetros ROTEM® estavam todos normais. Na fase não hepática, EXTEM e INTEM permaneceram normais, mas FIBTEM mostrou redução da amplitude após 10 min e firmeza máxima do coágulo. Por fim, na fase neo-hepática houve uma ligeira alteração da hipocoagulabilidade na maioria dos parâmetros de EXTEM, INTEM e FIBTEM, além de uma correção notável do tempo de coagulação (CT) de HEPTEM em comparação com o CT de INTEM. Portanto, o paciente não recebeu transfusão de hemoderivados durante a cirurgia e no período pós-operatório, obteve alta no oitavo dia de pós-operatório.
Discussão:
O déficit de coagulação resultante da cirrose distorce o INR como um parâmetro da adequação da anticoagulação e como um determinante da necessidade de transfusão de sangue. Portanto, a tromboelastometria pode fornecer informações importantes para o manejo do paciente.
PALAVRAS-CHAVE
Tromboelastometria; Coagulação; Varfarina; Transplante hepático