Resumo
Justificativa e objetivos:
Avaliar as técnicas de injeção única e tripla no bloqueio infraclavicular, empregando-se acesso medial guiado por ultrassonografia, comparando-se o sucesso do bloqueio e a necessidade de bloqueios complementares.
Método:
O estudo incluiu 139 pacientes com indicação de cirurgia de membro superior eletiva ou de emergência. O Grupo T (n = 68 pacientes) recebeu bloqueio infraclavicular com técnica de injeção tripla e o Grupo S (n = 71), bloqueio infraclavicular com injeção única. Registrou-se o número de pacientes que necessitaram bloqueio complementar de nervo ou que apresentaram falha completa do bloqueio, o tempo de recuperação do bloqueio sensorial e as complicações precoces e tardias.
Resultados:
A taxa de sucesso do bloqueio infraclavicular, sem necessidade de bloqueio complementar de nervo, foi 84,5% e 94,1% para os Grupos S e T, respectivamente. No bloqueio infraclavicular foi necessário bloqueio de nervos periféricos distais em 8 e 3 pacientes dos Grupos S e T, respectivamente. Após a complementação, a taxa de sucesso do bloqueio foi 95,8% e 98,5% para os Grupos S e T, respectivamente. Os resultados não foram estatisticamente significantes. Imagem de septo impedindo a distribuição adequada do anestésico local foi claramente visualizada em quatro pacientes. A taxa de desconforto durante a realização do bloqueio foi estatatisticamente mais alta no Grupo T (p< 0,05).
Conclusões:
As técnicas de injeção única e tripla em bloqueio infraclavicular guiado por ultrasonografia com acesso medial não diferiram quanto à taxa de sucesso. A necessidade de bloqueio complementar foi maior com a técnica de injeção simples. A ocorrência de invólucro de fascia poderia justificar a distribuição inadequada do anestésico local ao redor dos fascículos do plexo.
PALAVRAS-CHAVE
Anestesia; Plexo braquial; Bloqueio infraclavicular; Anestesia regional; Cirurgia ortopédica de membro superior; Bloqueio infraclavicular vertical