JUSTIFICATIVA/OBJETIVOS:
A anestesia ainda é uma preocupação importante para os doentes, embora as complicações anestésicas tenham diminuído significativamente. Adicionalmente, o papel atribuído ao anestesiologista permanece impreciso. Avaliar as preocupações com a anestesia e verificar o conhecimento dos doentes acerca das funções do anestesiologista foram os objetivos deste estudo.
MÉTODOS:
Estudo prospetivo decorrido durante 3 meses em doentes com consulta de anestesia pré-operatória num Hospital Universitário. Foi questionada informação demográfica, nível de educação e anestesia prévia. Foi avaliado o conhecimento dos doentes relativamente à educação do anestesiologista. As preocupações dos doentes, responsabilidades dos anestesiologistas e cirurgiões foram classificadas usando uma escala de 5 pontos. A análise foi realizada com SPSS 21, p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS:
Foram incluídos 204 doentes. 135 (66,2%) reconheceram o anestesiologista como médico especialista. Não acordar após a cirurgia e infeção pós-operatória foram as principais preocupações, comparativamente a todas as outras (p < 0,05). As mulheres manifestaram maior preocupação do que os homens com (p < 0,05): não acordar após a cirurgia, náuseas e vómitos pós-operatórios, problemas médicos e acordar durante a cirurgia. Assegurar que os doentes não acordem durante a cirurgia foi a tarefa mais reconhecida no anestesiologista, comparativamente a todas as outras (p < 0,05). O cirurgião foi mais reconhecido (p < 0,05) do que o anestesiologista na gestão da dor pós-operatória, administração de antibióticos e transfusões sanguíneas.
CONCLUSÕES:
Os doentes necessitam de ser informados acerca da atual segurança da anestesia e sobre as funções do anestesiologista. Envolver o doente irá desmistificar alguns receios e reassegurar a confiança no sistema de saúde.
Anestesiologia; Relação médico-doente; Satisfação do doente