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Sugammadex versus neostigmina em pacientes pediátricos: estudo prospectivo e randomizado

Justificativa e objetivos:

Os inibidores da acetilcolinesterase podem causar curarização residual no pós-operatório quando usados para reverter o bloqueio neuromuscular. Sugamadex reverte o bloqueio neuromuscular por encapsulação química e não está associado aos efeitos colaterais que podem ocorrer com o uso de agentes anticolinesterase. Devido ao aumento dos procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. A curarização residual e a rápida recuperação no pós-operatório são muito importantes para a população de pacientes pediátricos. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia de sugamadex e neostigmina na reversão do bloqueio neuromuscular em pacientes pediátricos submetidos a procedimentos cirúrgicos ambulatoriais.

Métodos:

80 pacientes, com idades entre 2-12 anos, programados para cirurgias ambulatoriais foram incluídos neste estudo prospectivo e randomizado. O bloqueio neuromuscular foi obtido com 0,6 mgkg−1 de rocurônio e monitorizado com a interpretação da sequência de quatro estímulos. O Grupo RN (n = 40) recebeu 0,03 mgkg−1 de neostigmina e o Grupo RS (n = 40) recebeu 2 mgkg−1 de sugamadex para a reversão de rocurônio. O tempo de extubacão (tempo desde a reversão do bloqueio neuromuscular até a extubação), a razão da sequência de quatro estímulos durante esse tempo, o tempo para atingir uma sequência de quatro estímulos > 0,9 e as complicações prováveis foram registrados.

Resultados:

Não houve diferença significativa entre as características dos pacientes. Os tempos de extubação e para atingir uma sequência de quatro estímulos >0,9 foram significativamente maiores no Grupo RN (p = 0,001, p = 0,002). A sequência de quatro estímulos no momento da injeção de neostigmina/sugamadex foi significativamente maior no Grupo RN que no Grupo RS (p = 0,020). A razão entre extubação e sequência de quatro estímulos foi significativamente menor no Grupo RN (p = 0,002).

Conclusão:

Sugamadex proporciona extubacão mais segura com um tempo de recuperação mais curto que o de neostigmina em pacientes pediátricos submetidos a procedimentos cirúrgicos ambulatoriais.

Sugammadex; Neostigmina; Pediatria


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