Resumo
Justificativa:
O estresse cirúrgico causa resposta neuroendócrina, resultando em instabilidade hemodinâmica indesejável, modificações na resposta metabólica e disfunção no sistema imune.
Objetivos:
O objetivo deste estudo foi avaliar, em pacientes pediátricos, a eficácia do bloqueio peridural caudal no controle da dor intra e pós-operatória e na redução da resposta ao estresse nesses períodos.
Métodos:
Estudo clínico prospectivo randomizado que incluiu 60 pacientes submetidos à herniorrafia eletiva. Um grupo (n = 30) recebeu anestesia geral e o outro (n = 30), anestesia geral combinada a bloqueio caudal. Foram medidos os parâmetros hemodinâmicos, o consumo de medicamentos e a intensidade da dor. Amostras de sangue para medir glicemia e cortisol plasmático foram obtidas antes da indução e após o despertar dos pacientes.
Resultados:
As crianças que receberam bloqueio peridural caudal apresentaram valores significantemente mais baixos para glicemia (p < 0,01), concentração de cortisol (p < 0,01) e escores de dor de 3 horas (p = 0,002) e 6 horas (p = 0,003) após a cirurgia, maior estabilidade hemodinâmica e menor consumo de medicamentos. Além disso, não foram observados efeitos colaterais ou complicações nesse grupo.
Conclusões:
O bloqueio peridural caudal combinado à anestesia geral é uma técnica segura e que se associa a menor estresse, maior estabilidade hemodinâmica, redução nos escores de dor e baixo consumo de medicamentos.
PALAVRAS-CHAVE
Bloqueio caudal; Reposta ao estresse; Anestesia geral; Crianças