A dinâmica de floresta sujeita à inundação parece ser fortemente influenciada pela freqüência e intensidade de distúrbios naturais como a inundação. Em uma antiga floresta sucessional de várzea próxima ao porto de Belém, Brasil, testou-se esta hipótese pela medição sazonal dos padrões de fenologia, incluindo queda de serrapilheira, em relação a duas variáveis chaves: chuva e nível da maré. Em adição, estimamos o crescimento anual da comunidade florestal pela medição do incremento do diâmetro de troncos ao longo do tempo e desenvolvimento radicular. Encontrou-se alta correlação entre florescimento e frutificação com chuva e nível da maré, porém as correlações entre a queda da serrapilheira e estas variáveis foram geralmente fracas. Ao contrario de nossa hipótese, biomassa de raízes até 1 m de profundidade não variou significativamente ao longo do gradiente topográfico, e esta foi menor a intermediária em todos os níveis topográficos do que em outras florestas neotropicais. A queda de serrapilheira e o incremento de troncos foram superiores do que em outras florestas tropicais, indicando uma alta produtividade neste ecossistema.
Amazônia; Fenologia; floresta de várzea; produtividade; queda de serrapilheira