A população de Sargassum vulgare da Praia das Gordas, Angra dos Reis, Baía da Ilha Grande, Estado do Rio de Janeiro, foi estudada de junho de 1998 a maio de 1999, a fim de avaliar a adequação de variáveis quantitativas para estudos fenológicos desta alga parda. Vinte indivíduos adultos foram coletados aleatoriamente a intervalos de dois meses. Quinze variáveis relacionadas ao desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das partes perenes e não perenes dos indivíduos foram quantificadas. As variáveis relacionadas às partes não perenes mostraram claramente variação ao longo do ano, sendo mais úteis do que aquelas relacionadas às partes perenes. O desenvolvimento vegetativo diminuiu na população de junho a outubro e aumentou de outubro a fevereiro, quando valores medianos foram máximos para altura do talo, massa seca total, massa seca das partes não perenes e grau de ramificação. Esse padrão coincidiu com os descritos para outras espécies do gênero em regiões temperadas quentes. A altura do talo, geralmente empregada em outros estudos fenológicos de Sargassum, mostrou menor coeficiente de variação (53,2%) do que os das variáveis relacionadas à massa seca (72,0% a 182,3%). Pico de reprodução foi detectado de junho a agosto, de acordo com as variáveis: número e massa seca de ramos laterais primários férteis e massa seca dos receptáculos. Massa seca das partes não perenes e massa seca dos receptáculos são as variáveis recomendadas para estudos fenológicos de S. vulgare, pois não requerem coletas do indivíduo inteiro, possibilitando regeneração a partir das partes perenes.
desenvolvimento vegetativo; metodologia; reprodução; Sargassum; variação temporal
