Os mecanismos que mantêm a diversidade de plantas em florestas tropicais estão ainda em debate. Variações nos componentes estruturais da floresta produzem heterogeneidade microambiental na floresta, que por sua vez devem afetar as plantas, e raramente têm sido analisados na Amazônia. As palmeiras são amplamente distribuídas em florestas neotropicais e tem a sua taxonomia bem conhecida, além de sua importância ecológica e econômica. O entendimento de como as palmeiras respondem às variações nos componentes estruturais da floresta pode ajudar a explicar a abundância e a riqueza delas em uma dada área. Neste estudo descrevemos uma comunidade de palmeiras e analisamos como ela é afetada pela microheterogeneidade ambiental da floresta. Em uma floresta de terra firme na Reserva Ducke, Manaus, registramos todas as palmeiras adultas em 20 parcelas de 100 × 10 m. Nas parcelas também registramos a variação na abertura do dossel, a profundidade de folhiço e o número de árvores da floresta. Setecentos e treze indivíduos de 29 espécies de palmeiras foram registrados. As três espécies mais abundantes foram Astrocaryum sciophilum (Miq.) Pulle, A. gynacanthum Mart. and Attalea attaleoides (Barb. Rodr.) Wess. Boer. As palmeiras mais abundantes localmente também foram muito frequentes e ocorreram na maioria das parcelas. Não houve efeito significativo da profundidade de folhiço, abertura do dossel da floresta e abundância de árvores, na riqueza de espécies de palmeiras. Em microsítios com maior profundidade de folhiço ocorreu significativamente menor abundância de palmeiras. Quanto maior a abertura do dossel da floresta, um número significativamente maior de palmeiras estava presente.
abertura do dossel; Amazonia; comunidade de palmeiras; folhiço; Reserva Ducke