A atividade de mamíferos foi monitorada, através de um método baseado em análise de pegadas, em um fragmento de mata de 180 ha. Três transectos de 1 km com seis pontos de amostragem distantes 200 m entre si foram estabelecidos: um ao longo de uma estrada, um na margem do córrego (ambientes lineares) e um no interior da mata. Os transectos foram monitorados durante sete semanas ao longo dos meses de setembro, outubro e no início de novembro de 1996. Através da técnica utilizada, a atividade de seis morfoespécies diferentes de mamíferos puderam ser amostrados, gerando 251 registros diferentes. Os resultados obtidos em ambientes lineares e não-lineares foram comparados para testar a hipótese dos "travels lanes", que prevê maior atividade de mamíferos em ambientes lineares. Nenhuma evidência estatística a favor da hipótese foi encontrada. O transecto da estrada mostrou a menor atividade de mamíferos e o do córrego, a maior atividade, mas a grande maioria dos registros foi atribuída a uma única espécie, tendo sido as demais muito pouco abundantes. Conclui-se que o conceito dos "travel lanes" não se aplica a todos os ambientes, e a generalidade desta hipótese deve ser considerada com precaução.
atividade de mamíferos; ambientes lineares; efeito de borda; fragmento florestal