OBJETIVO: Processos inflamatórios e infecciosos mediados por bactérias em sítios distantes têm sido descritos como fator de risco à doença coronariana isquêmica aguda (DCIA). MÉTODOS: Cento e oitenta e um pacientes com DCIA, com e sem periodontites crônicas, foram incluídos neste estudo. Os pacientes foram admitidos no HC da UNICAMP e estratificados em três grupos: grupo 1 - pacientes com periodontite crônica grave (31 homens e 19 mulheres; média de idade 55,1 ± 11,29 anos); grupo 2 - pacientes com periodontite crônica leve (40 homens e 28 mulheres; média de idade 54,8 ± 10,37 anos); grupo 3 - pacientes desdentados (43 homens e 20 mulheres; média de idade 67,5 ± 8,55 anos). Amostras sanguíneas foram coletadas para mensurar os perfis lipídico, hematológico e glicêmico. Além disso, biópsias de 17 artérias coronárias com aterosclerose e igual número de artérias mamárias internas sem degeneração aterosclerótica no grupo 1 foram investigadas. Para análise estatística utilizou-se a análise de variância (ANOVA) e o teste de Scheffé para comparações múltiplas. RESULTADOS: Triglicérides e LDL estavam elevados no grupo 1 em relação ao grupo 2. O HDL apresentou-se reduzido em 20% dos pacientes do grupo 1, e em 8% nos desdentados. A glicemia estava elevada no grupo 1. DNA de bactérias periodontais foram detectados em 58,8% das artérias coronárias. CONCLUSÕES: Pacientes com DCIA e periodontite crônica grave podem apresentar perfil lipídico alterado, como também microorganismos associados com as periodontites crônicas graves podem permear dentro de vasos coronarianos.
Periodontite; DNA; Fatores de risco; Aterosclerose; Doença das coronárias