INTRODUÇÃO: Mediastinite é uma complicação séria da esternotomia mediana e está associada a significativa morbidade e mortalidade. Diabetes é um temido fator de risco para mediastinite, visto com cautela pelos cirurgiões cardiovasculares. OBJETIVO: Identificar fatores de risco para mediastinite em diabéticos submetidos à CRM com uso unilateral da ATI na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 157 pacientes diabéticos operados entre maio de 2007 e abril de 2010. Nove variáveis pré-operatórias, cinco variáveis intraoperatórias e sete variáveis pós-operatórias possivelmente envolvidas no desenvolvimento de mediastinite foram avaliadas. Análises univariada e multivariada por regressão logística foram aplicadas. RESULTADOS: A incidência de mediastinite foi de 7% (n=11), com taxa de letalidade de 36,1% (n=4). Variáveis associadas com maior risco de mediastinite foram: uso de ATI pediculada (OR 8,25, IC 95% 2,03-66,10, P=0,016), complicações renais (OR 5,10, IC 95% 1,03-25,62, P = 0,049) e reoperação (OR 7,45, IC 95% 1,24-42,17, P=0,023). Na análise multivariada por regressão logística, apenas uma variável permaneceu como fator independente de risco: uso ATI pediculada (OR 7,64, IC 95% 1,95-61,6, P = 0,048), em comparação à ATI esqueletizada. CONCLUSÕES: Sugerimos que diabéticos devem ser considerados para estratégias de minimização do risco de infecção. Nos diabéticos que recebem ATI unilateral, o problema parece estar relacionado à forma como a ATI é dissecada. Diabéticos devem sempre ser considerados para utilização da ATI esqueletizada.
Mediastinite; Revascularização Miocárdica; Diabetes Mellitus; Artéria Torácica Interna