NOTA DE DESAGRAVO*
No dia 12 de novembro de 2006, o diretor do Incor-SP, Dr. Jorge Kalil Filho, concedeu entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", na qual a pretexto de comentar a crise pela qual passa a instituição que dirige, fez críticas à Cirurgia Cardiovascular, que consideramos inconcebíveis e infelizes e são um acinte para toda a categoria.
O Dr. Kalil diz, por exemplo, que o Incor perde dinheiro "Atendendo pacientes que já foram operados em outros hospitais", deixando a entender que o trabalho de outros hospitais é de má qualidade.
Isso é um verdadeiro absurdo. Mesmo sendo Imunologista e não Cardiologista ou Cirurgião Cardiovascular, ele deveria estar a par da realidade da nossa especialidade. Procedimentos de alta complexidade são realizados com sucesso em mais de 150 Hospitais e Universidades por todo o país. Seria até deselegante citarmos algumas Instituições, pois muitas outras ficariam de fora de nossa lista. Claro que pode haver necessidade de reoperações, mas de maneira alguma isso significa que a primeira intervenção não foi feita com acurácia. Também não temos nenhuma notícia de Cirurgiões brasileiros que deixaram de resolver as complicações a que estão sujeitos pacientes graves que são atendidos de norte a sul do Brasil com dedicação e competência.
Também é um absurdo dizer que a cardiologia do Incor-SP é "imbatível", num flagrante desrespeito e empáfia com relação aos demais Hospitais e Centros Universitários.
Deixamos claro todo nosso respeito à valorosa história do Incor, que, desde a sua fundação pelo saudoso Prof. Euriclydes Zerbini, teve em seus quadros brilhantes Cardiologistas, Cirurgiões Cardiovasculares e profissionais de outras áreas, que com seu trabalho profícuo proporcionaram grande avanço para a medicina brasileira e que com todo o mérito é um centro de referência internacional. Ainda hoje, o seu corpo médico conta com profissionais renomados e merecedores de todos os elogios.
Isto, porém, mais uma vez ressaltamos, não pode servir para que o eventual ocupante do cargo de Diretor do Incor desmereça uma plêiade de Cirurgiões Cardiovasculares que por todo o país fizeram e fazem um trabalho de alto nível dedicado ao paciente, independentemente de remuneração ou fama.
Que o Dr. Jorge Kalil Filho reflita sobre suas palavras e da próxima vez faça justiça com toda uma classe de mais de 1000 profissionais que orgulham a Medicina e a Cirurgia do país, herdeiros que são de tradições que jamais deverão ser esquecidas.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
11 Set 2007 -
Data do Fascículo
Dez 2006