Acessibilidade / Reportar erro

Profilaxia cirúrgica secundária do acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório de origem indeterminada em pacientes com forame oval persistente

INTRODUÇÃO: A prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório (AIT) de origem indeterminada recorrente em adultos com forame oval persistente (FOP) representa um desafio terapêutico. O tratamento farmacológico antitrombótico é amplamente usado, mas a sua indicação é limitada, devido principalmente às suas importantes complicações. OBJETIVO: Demonstrar a eficácia da atriosseptorrafia como profilaxia secundária do AVC ou AIT de origem indeterminada em pacientes com FOP. MÉTODO: Foram estudados 47 pacientes, sendo 31 homens e 16 mulheres com eventos isquêmicos cerebrais. Todos foram submetidos a fechamento cirúrgico direto do FOP. A idade media foi de 40 anos. Não foi achada causa concomitante do AVC ou AIT após investigações, as quais incluíram testes de coagulação sanguínea, ecocardiografia transesofágica de contraste (ETE), ultra-sonografia doppler transcraniana e extracraniana (UDT), monitorização eletrocardiográfica de 24 horas, ressonância magnética cerebral (RMC) e tomografia axial computadorizada (TAC). Os critérios para indicação cirúrgica foram pelo menos dois dos seguintes eventos: aneurisma do septo interatrial, infartos cerebrais múltiplos, eventos cerebrais múltiplos e história de manobra de Valsalva antes do AVC ou AIT. RESULTADOS: Não ocorreram complicações durante ou após as operações. Quatro pacientes apresentaram arritmia transitória algumas horas após a operação, sem fibrilação atrial, nem instabilidade hemodinâmica ou embolismo. Todos os pacientes sobreviveram em classe I (NYHA) e durante seguimento médio de 36 meses nenhum paciente apresentou recorrência do AVC ou AIT. Todos os pacientes foram submetidos prospectivamente a RMC e ETE de contraste com simultânea UDT. Apenas um paciente apresentou desvio residual direita-esquerda, menor do que o desvio pré-operatório, porém sem lesões na RMC. CONCLUSÃO: A atriosseptorrafia em pacientes com suspeita de embolia paradoxal é segura e pode evitar o AVC ou AIT recorrente nos primeiros 36 meses de seguimento.

Acidente cerebrovascular; Septo cardíaco; Embolia paradoxal


Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Rua Afonso Celso, 1178 Vila Mariana, CEP: 04119-061 - São Paulo/SP Brazil, Tel +55 (11) 3849-0341, Tel +55 (11) 5096-0079 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: bjcvs@sbccv.org.br