OBJETIVO: Comparar os efeitos de diferentes níveis de pressão expiratória positiva final na mecânica respiratória e nos índices de oxigenação no pós-operatório imediato de revascularização do miocárdio. MÉTODOS: Ensaio clínico randomizado no qual 136 pacientes submetidos à revascularização do miocárdio, entre janeiro de 2011 e março de 2012, foram distribuídos em três grupos e admitidos na ventilação mecânica com diferentes níveis de pressão expiratória positiva final: Grupo A, 5 cmH2O (n=44), Grupo B, 8 cmH2O (n=47) e Grupo C, 10 cmH2O (n=45), sendo os dados da mecânica respiratória obtidos do monitor do ventilador mecânico e os índices de oxigenação por meio de gasometria arterial coletada vinte minutos após a admissão na unidade de terapia intensiva. Não foram incluídos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, cirurgias associadas, de emergência ou sem circulação extracorpórea. Para análise estatística, empregaram-se os testes de Kruskal-Wallis, Teste G e Qui-quadrado, considerando os resultados significantes quando P<0,05. RESULTADOS: Os grupos apresentaram-se homogêneos em relação às variáveis demográficas, clínicas e cirúrgicas. Os pacientes ventilados com pressão expiratória positiva final de 10 cmH2O (Grupo C) apresentaram os melhores valores de complacência (P=0,04) e de resistência das vias aéreas, esta, porém sem significância estatística. Apresentaram, ainda, os melhores índices de oxigenação, com diferença estatística em todas as variáveis estudadas, além de menor frequência de hipoxemia (P=0,03). CONCLUSÃO: Níveis mais elevados de pressão expiratória positiva final no pós-operatório imediato de revascularização do miocárdio incrementaram os valores de complacência pulmonar e melhoraram os índices de oxigenação, resultando acarretando em menor frequência de hipoxemia.
Respiração com pressão positiva; Mecânica respiratória; Oxigenação; Revascularização miocárdica