OBJETIVO: Dinâmica computacional foi utilizada para avaliar a influência de fatores geométricos no funcionamento de modelo da cirurgia de Blalock-Taussig modificada (BTm), ou interposição de enxerto de politetrafluoretileno (PTFE) entre as artérias subclávia e pulmonar. MÉTODO: A cirurgia de BTm, realizada em 10 pacientes, serviu para compor modelo geométrico tridimensional parametrizado, avaliado quanto a diferentes diâmetros de artéria subclávia e PTFE e ângulo proximal da anastomose. Foi empregado o código de dinâmica computacional FLOTRAN baseado no método de elementos finitos conhecido como "Streamline Upwind/Petrov-Galerkin". RESULTADOS: Nas simulações, a porcentagem de fluxo desviada pelo enxerto aumenta com a relação entre diâmetros do PTFE e da artéria subclávia. Um ângulo de 110º na anastomose proximal mostra maior porcentagem de sangue desviado, enquanto que 30º, 60º e 90º mostram desvios de fluxo quase similares. Contudo, ângulos de 30º e 110º tornam excessivo o fluxo pulmonar em uma das artérias pulmonares, em detrimento da outra. O pico de pressão no PTFE varia conforme o ângulo adotado, sendo maior em 30º . Quando o ângulo da anastomose aumenta, a região de maior pressão se desloca do enxerto para a artéria subclávia. CONCLUSÕES: No modelo experimental, o diâmetro do enxerto de PTFE é regulador principal da porcentagem de fluxo desviado. Na análise computadorizada, um ângulo de 60º a 90º entre artéria subclávia e enxerto de PTFE parece mais adequado para anastomose, considerando-se percentagem de fluxo desviado, sua distribuição entre ramos pulmonares e pico de pressão na zona da anastomose.
Metodologias computacionais; Biologia computacional; Procedimentos cirúrgicos cardíacos; Cardiopatias congênitas