Há recentes evidências de que radicais livres derivados do oxigênio estáo envolvidos na lesão tecidual decorrente de isquemia e subseqüente reperfusão. A desferoxamina (DF), evitando a produção de radicais hidroxila e eliminando o ânion superóxido, pode atenuar este dano, sendo seus efeitos aqui avaliados após quatro horas de preservação pulmonar hipotérmica. O auto-transplante pulmonar esquerdo foi realizado em 12 cães mestiços. O pulmão foi, inicialmente, perfurado com 1000 ml de solução de Collins modificada e mantido insuflado, colocado sob refrigeração (4ºC) em solução salina durante quatro horas. Seis cães receberam 500 mg de DF administrados E.V. durante o período isquémico e imediatamente após iniciar a reperfusão. Após reimplante e ligadura da artéria pulmonar direita, os animais foram mantidos numa FiO2 fixa (49%) e monitorizados por quatro horas. Durante a primeira hora pós-reperfusão, o pO2 arterial foi sifnif¡cativamente superior no grupo tratado com DF (p < 0.05). O gradiente alvéolo-arterial foi também inferior (p < 0.05). A resistência vascular pulmonar foi semelhante em ambos os grupos. Concluímos que a desferoxamina permite melhor troca gasosa no período imediatamente após reperfusão e que sua investigação, na área da preservação pulmonar, deve ser estimulada.
proteção pulmonar; radicais livres